Cataratas em foz do Iguaçú - foto: Guto Marcondes

Olá amigos fotógrafos e leitores ! Hoje esse post será especial, pois vai tratar de um assunto delicado envolvendo o fotógrafo, seu equipamento e a aduana. Vou contar a minha experiência e todas as informações que consegui reunir antes da minha viagem para evitar dor de cabeça.

Vou começar contando um pouco sobre o motivo da minha viagem: Fui contratado para fotografar o congresso anual de uma associação que envolve altos executivos. Esse congresso seria realizado em Foz do Iguaçu, e para quem não sabe, Foz fica na tríplice fronteira, que engloba Brasil, Argentina e Paraguai. Justamente por esse motivo, é o destino preferido das pessoas que querem aproveitar a viagem para fazer compras com preços convidativos. Então eu já sabia que a fiscalização na aduana seria total, e que o fato de eu estar com muitos equipamentos poderia me trazer dor de cabeça. Resolvi então começar uma extensa pesquisa sobre as novas normas de viagem, a extinção da Declaração de Bagagem e outros detalhes. Encontrei informações diversas e desencontradas, inclusive dos fiscais que pude conversar em outras situações.

Com toda essa confusão gerada e essa “desinformação”, juntei todo o equipamento que precisava e fui para Foz. Na ida, não há problema. A volta é que é mais complicada, porque oo Aeroporto de Foz é diferente. A sala de checkin é interna, e logo após fazer o checkin você entra em uma fila do raio-X, mas não é o de segurança, e sim o da aduana. Claro que quando eu vi isso já sabia que seria parado. Chega a minha vez, coloco a mala com as roupas e em seguida a mala com os equipamentos. Mal ela entra no raio-X e a esteira é paralizada. Fica assim uns segundos e volta a funcionar. Vou do outro lado retirar a bagagem e junto comigo chega uma fiscal da aduana, que gentilmente ( verdade, ela foi gentil e não estou sendo irônico ) pede para que coloque a minha mala no balcão e abra. Pergunto se é a mala maior ou a menor, e ela pede a maior ( que é a de roupas ). Nessa hora ainda pensei que eles tinham assustado com meu pack de pilhas, que no fundo pode parecer munição de arma ( já fui parado duas vezes por isso em raio-x ) . Abri a mala ainda brincando e falando que já até sabia o que era, peguei as pilhas e mostrei. Ela olhou e continuou mexendo na mala, como que procurando algo. Aí a fiscal fala: “Acho que é a outra mala. O que tem nela ?”. Sem demorar, sou honesto e respondo: “tem MEUS equipamentos de fotografia.”. Coloquei a mala e abri: 2 câmeras, 3 lentes, 2 flashes, notebook… enfim, muito mais do que o normal. Ela olha tudo minuciosamente, agradece e diz que posso fechar a mala e seguir viagem. Ufa !! Respiro aliviado e volto para casa.

Opa… peraí….. e cadê as informações que foram prometidas no início do post ???? Verdade….. então vamos as dicas que usei e que com certeza ajudaram. Claro que elas não não garantias que você possa passar imune na fiscalização, mas podem ajudar.

1) Nunca minta para o fiscal. Se ele perguntar, responda o correto. Eles sabem identificar um item novo e diferenciar de um usado. Da mesma forma eles sabem ( ou tem como consultar ali mesmo ) quanto custa cada item. -E foi o que eu fiz quando questionado sobre o que tinha na minha mala

2) Se está viajando a trabalho, obviamente suas câmeras são usadas. Guarde os cartões com as fotos, e saiba aonde estão os riscos e detalhes de uso que podem ajudar a comprovar que o equipamento não é novo. – Eu tinha nos cartões fotos de eventos anteriores e daquele, por precaução

3)Parece besteira, mas pode ajudar sim: Se você trocar a alça da câmera por outra diferente da original, também ajuda na caracterização de item usado. – Minhas duas câmeras usam strap da Optech, todo preto.

4)Se tiver MTB de jornalista ou repórter fotográfico, esteja com ele em mãos. Isso porque a legislação diz que você pode transitar com os equipamentos destinados ao exercício da profissão, o que por si só já justificaria as câmeras. – eu deixei meu MTB bem à mostra, na lateral da mala.

5)Leve a apólice de seguro ( se tiver ). Apesar do seguro não valer no exterior ( em Foz vale porque ainda é Brasil ), pode ajudar a comprovar que os equipamentos já eram seu. – A minha via da apólice estava junto com o MTB

6)Nunca, nunca mesmo, leve caixas. Parece óbvio, mas não custa avisar. Se estiver com caixa, fica parecendo novo. – Até os meus flashes eu tirei do bag Canon e coloquei em um saquinho de tecido comum.

7)Aqui alguns detalhes que podem ( ou não… mas nessa hora tudo vale ) ter ajudado também. Apesar dos meus equipamentos estarem na mala, eu coloquei eles dentro do nowbomb. E na cinta do nowbomb tem escrito PRESS ( Imprensa ). Minhas lentes estavam sem a tampa frontal ( todas ), e com filtro ( o anel dos meus filtros estão bem riscados ). Minhas câmeras tem black tape em algumas partes, e o flash também ( acaba ficando um aspecto de equipamento “remendado”. Eu coloco com outro objetivo, mas pode ter ajudado.

Então é isso…. é uma pequena parte da experiência que passei levando muitos equipamentos e passando pela aduana. Meu intuito é ajudar os amigos fotógrafos que precisam viajar e tem receio da volta. Se você está lendo isso e pensando em trazer “muamba”, não é esse meu objetivo e desaconselho.

E você, tem alguma experiência ou dica para compartilhar ? Comente ! Escreva !

Valeu !!

Guto Marcondes – fotógrafo

(11) 9484-7337

twitter: @gutomarcondesbr