Hoje vou falar sobre uma foto aérea que fiz. O objetivo era fotografar um terreno com uma construção em Embu, próximo de São Paulo. No dia marcado para as fotos o tempo não ajudou e tive que entrar em contato com o pessoal do Helicóptero para remarcar. Por sorte dois dias depois o tempo estava bom e levantamos vôo. O helicóptero estava sem a porta, o que deixava um vão gigante aberto, excelente para fotografar, mas me dava frio na barriga ao olhar para baixo. O comandante era também instrutor de helicóptero e gostava de fotografia, e foi interessante porque rendeu bons papos na “viagem” de SP até Embú. Eu perguntava sobre voar e ele sobre clicar. Com as cordenadas no GPS, chegamos no local. Mesmo sabendo aonde é reconhecer um local por cima é difícil…. nosso olho está acostumado a um padrão de visão, e quando mudamos reconhecer os lugares exige mais concentração. Fizemos uma volta para eu ver qual ângulo ficava melhor. Definido de que forma eu clicaria, pedi ao comandante que se posicionasse e pronto…. alguns minutos clicando, fazendo variações, etc. Dessa vez foi tudo em RAW, já que a foto seria ampliada bastante e exigiria um tratamento criterioso. Com o objetivo cumprido, voltamos para SP. Ainda restaria 15 minutos de vôo da 1 hora obrigatória que eu havia pago. Aproveitei para passar por alguns lugares de SP que eu nunca vi pelo alto sem ser pela pequena janela do avião a caminho do aeroporto de Congonhas. Pousamos com tranquilidade. Agopra eu precisaria editar as fotos. Mas aí aconteceu o inesperado: recebo uma ligação da empresa de helicóptero que os moradores da região ficaram assustados com o sobrevôo e queriam maiores informações. Como ela por motivos éticos não podia passar nada do vôo, eu entrei em contato com a pessoa. Era um ex-aviador, que havia anotado o prefixo da aeronave. O motivo de tanto “problema” era que a associação dos moradores estava com medo de assaltos e desconfiaram que o fato de alguém estar “filmando” no helicóptero poderia ser para planejar futuros roubos. Foi aí que caiu a ficha: a paranóia nas cidades está cada vez maior. Confesso que se eu morasse lá jamais pensaria uma coisa dessas. Mas cada doido com sua mania…. Depois de tudo explicado, ele ficou mais tranquilo. Pois é, além de fotógrafo também sou conselheiro, apaziguador ( existe essa palavra ?? sei lá…. ) e outras coisas. Afinal, o fotógrafo não começa e nem termina com o click.


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